Por Kallinca Senna Porto
Publicitária formada pela Unoesc
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Alô
Brasil, eu tenho uma amiga pra apresentar pra vocês. É do tipo de pessoa que
sempre se pode contar. Desde o seu acordar, passando pelos desamores, indo pra
academia, em momentos de total introspecção ou de celebração.
Muita
gente fala mal, esculacha a moça antes mesmo de conhecer, mas ela não se importa
não, até crucificada já foi.
Essa
mulher acabou de lançar um disco novo, mas não vai tocar nas festas da região,
uma pena em Ibiza o povo dança direto.
Se
você a chama de velha, ela te diz “não aceite o segundo lugar”. Se vocês acham
que o tempo dela na mídia já acabou ela diz bem baixinho no seu ouvido “eu posso sentir seu poder”. Se você acha que suas músicas não devem ser tocadas nas
festas, a moça te da um tapa de luva e diz “música faz as pessoas se unirem”.
Vamos
falar sobre outro trabalho da moça, em 1994 ela lançou um singelo livrinho
batizado de Sex. Para muitos uma verdadeira “pouca vergonha”, para poucos
“libertação”. Mas isso deve ser ofensivo demais né? Afinal ninguém pensa
naquilo.
Com
uma vida confortável aos cinquenta anos, ela bem que poderia se aposentar é o
que todos querem, mas não agora montando uma nova turnê e com seu trabalho no cinema.
É claro que não foi na primeira e nem na segunda que ela acertou em termos
cinematográficos, mas com agente também é assim né? Comigo dá certo depois da
décima sexta.
Ela
é como cada um de nós, perdeu sua mãe com cinco anos, se desentendia com o pai
católico, nunca se sentiu aceita no colégio, não depilava as axilas, saiu de
uma cidade pequena, passou fome em uma cidade grande, trabalhou de garçonete, perdeu
seus amigos soropositivos e é fã do David Bowie. Bom com algum desses itens
agente se identifica né?
Se
acaso algum dia na sua vidinha pensar em desistir ou precisar de um
empurrãozinho escute Beat Goes On ou Jump. Se estiver de saco cheio de tudo
escute American Life bem alto, mas se você anda cansado de esperar e só quer dançar
escute Hung Up e saia de casa. Preste atenção nas letras leia nas entrelinhas.
Assista
quando puder os videoclipes de Take a Bow, Secret e Nothing Really Matters,
talvez gostem do senso artístico da moça.
Agora
se nada disso fez com que você mudasse sua opinião, peço que não fale do que
não sabe, não possuímos uma visão de raio X e enxergamos só o exterior das
pessoas certo? E o exterior dela anda bem cuidado, será que você chega aos 53
anos fazendo slackline?
Kallinca Senna Porto escuta Cyndi
Lauper, Girls Just Want to Have Fun.
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