Por Kallinca Senna Porto
Publicitária formada pela Unoesc
Nos anos 80 ela era morena, seu corte de cabelo tipo Joãozinho, possuía voz estridente, cantava em uma banda só de meninos e tinha problemas familiares, tudo isso me encantou em Paula Toller. Sempre cantei as canções do Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, desde o karaokê, passando por cima da cama e debaixo da escada.
Sabe quando é legal escutar o Kid? Fazendo faxina na casa e nos armários. Uma música que acho genial é Uniformes, do segundo disco da banda. Na letra Paula canta, “e quantos uniformes ainda vou usar, e quantas frases feitas vão me explicar”. O que eu entendo dessa letra é que podemos ler todos os livros possíveis de autoajuda, fazer yoga, meditar por 15 horas e chegar ao nirvana, mas não podemos mudar nosso cerne. Aquilo que realmente somos e acreditamos. Simplesmente devemos nos aceitar.
Em outra parte ela diz “eu ouço sempre os mesmos discos”. Normalmente escuto coisas aleatórias, álbuns que têm umas três músicas boas. Acontece que quando canso volto para os mesmos discos. A relação é como quando você se deu mal em uma festa e quando chega em casa a primeira coisa que faz é, ligar para aquela sua amiga que te conhece tanto que quase é você.
Cheguei à parte que tanto queria, falar sobre meus discos favoritos. Em primeiro lugar, A Turma do Balão Mágico de 1983. Meu padrinho me emprestava esse disco e eu sempre demorava meses para devolver. É impossível não se emocionar com Super Fantástico! A temática é infantil, mas pra quem como eu ainda tem muita vontade de brincar de esconde-esconde (sem malícia) e ama escutar histórias de seus avós, continua atemporal.
A medalha de prata vai para o primeiro disco da Rita Lee Jones, Build Up. Pra mim não tem uma nota fora de lugar, o que se diz de um disco em que a primeira música é “Sucesso aqui vou eu”. Rita não avisa, ela comunica!
Depois “Todos os Olhos” do Tom Zé, a capa é magnifica, quando fico indignada com alguma situação minha vontade primeira é de mostrar o mesmo da genial foto do disco, mandar a sociedade para as cucuias.
Houve uma época na minha vida em que ficava só em casa assistindo MTV, não gostava de estudar, dormia na sala de aula, reprovei duas vezes e fiz supletivo. Foi nessa época que conheci The Clash e é claro que surtei com London Calling, eu e metade do globo terrestre. Se kriptonita é o ponto fraco do Superman, London Calling é o meu.
Agora chega à fase em que descubro minha feminilidade, e entra em cena a primeira mulher a cantar no CBGB, Debbie Harry, essa tem culhão. Parallel Lines me arrepia, não consigo cantar baixinho Picture This e um dia ainda danço em um balcão de bar a lasciva One Way or Another.
E por último, Lust for Life do Iggy Pop. Um dos meus melhores amigos me apresentou esse disco e sou muito grata, não só por isso, mas por várias coisas também, na verdade esse meu amigo me ajudou a ser quem sou hoje, e ainda ajuda quando me esqueço.
Voltando aquela música do Kid, descubro que o significado de Uniforme é “que só tem uma forma”. Aproveite a sua que eu aproveito a minha!
Kallinca Senna Porto escuta Rebel Rebel – David Bowie.
Nossos gostos musicais podem ser totalmente diferentes, mas o amor pela musica é incrivelmente igual. Enquanto lia seu artigo, carreguei todas as musicas que você postou o link, London Calling foi a que mais me chamou atenção. Eu sou bem novinha ainda, tenho que estudar muito a musica, mas gosto muito de clássicos até as mais "pebinhas da atualidade" (menos funk, nada contra quem ouve, mas eu jamais) Exatamente bem agora as 17:27 estou ouvindo os barracos de Casos de Família, mas tava ouvindo Paradise de Coldplay. Sei lá porque mais eu amo, ta eu comecei falando uma coisa e to terminando com outra, mas sabe o que é, a musica me fascina, cada musica me lembra uma coisa. Sutilmente-Skank me lembra da minha melhor amiga, Someone Like You-Adele me lembra de um ex-amigo, e Paradise nossa apesar de não ser tão antiga, não que Adele seja, me lembra de toda minha curta vidinha,. Mas finalizando vai ser obrigatório meus comentários aqui, beijos and thank's. Bianca Pawlak
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